Estudos de psicologia social: história, comportamento, representações e memória reúne uma seleção de artigos produzidos por Celso Pereira de Sá, no exercício das funções de professor e pesquisador. O livro, publicação da Editora da UERJ, apresenta 20 estudos que abordam aspectos como a análise do comportamento social, a teoria da representação social e a memória social em perspectiva psicossocial.
A primeira parte do livro faz uma análise histórica sobre a psicologia social, assim como procura entender sua relação com outras áreas. Por fim, almeja à compreensão dos atuais rumos da disciplina.
Na seção dedicada ao comportamento social, o autor faz uma defesa do behaviorismo radical de B.F. Skinner, por meio de um confronto com o cognitivismo de Chomsky e com a posição de Foucault acerca do poder. Em relação à polêmica que ronda Skinner, argumenta que os membros atuais da comunidade universitária de psicologia parecem “não conhecer bem, ou interpretar de forma algo simplista, os princípios básicos do behaviorismo radical e seus importantes desdobramentos e implicações psicossociais”.
Nos capítulos dedicados à área das representações sociais, é instigante o debate proposto pelo ensaio “Socialização do conhecimento científico: mídia e representações sociais”. O texto pode estimular questionamentos sobre quais as características da cobertura jornalística que se faz a respeito da ciência, assim como qual o motivo de os cientistas participarem tão pouco dessa divulgação. Vale citar que foram catalogados, na pesquisa, 11 jornais diários e 13 revistas. Embora trata-se de uma análise efetuada na década de 90, é pertinente conferir que, afora o fato de diversos veículos jornalísticos estarem extintos, ainda é predominante hoje em dia o interesse por fatos científicos cuja característica seja a aplicabilidade no cotidiano. Vale ressaltar que este capítulo, assim como outros, baseia-se em pesquisa e não intenta produzir algum tipo de juízo de valor que vá além da análise dos resultados obtidos.
No âmbito da memória social, o livro traz tópicos como a diferença nas maneiras como os brasileiros e os portugueses percebem o advento do descobrimento do Brasil. Outro capítulo se dedica ao lugar na memória que ocupam Getúlio Vargas e o Palácio do Catete. A memória do período militar também merece um artigo à parte.
Trata-se de uma obra da área da psicologia, mas que também evoca aspectos da sociologia.