O Dia Internacional da Mulher foi consagrado em 1917, com o início da greve das tecelãs de São Petersburgo, marco da Revolução Russa, sendo reconhecido apenas mais de 50 anos depois por organizações internacionais como a ONU e Unesco. Em sua celebração deste ano, a conta do jornal O Estado de S. Paulo no Twitter (@Estadao) está compartilhando, a cada 7 minutos, uma notícia de violência contra a mulher, acompanhada da tag #7minutosdedenúncia. A ação faz referência a estatísticas que revelam que, nesse intervalo de tempo, uma mulher é agredida no Brasil. E esses números assustadores sequer correspondem à realidade: crimes de gênero são reconhecidamente subnotificados. Mais do que uma comemoração, 8 de março é uma data através da qual pretende-se manter viva a memória da luta histórica das mulheres contra a desigualdade de gênero, assim como a consciência de que essa é uma batalha que continua sendo travada.
A EdUERJ tem muito orgulho de contar, em seu catálogo, com livros como Ideologia e utopia nos anos 60: um olhar feminino, de Lia Faria, que não apenas retoma as mudanças sociais pelas quais as mulheres passaram nos anos sessenta, como traz, às professoras contemporâneas, a partir dessa revisão histórica, contribuições relevantes para uma atuação mais política e consciente em sala de aula. O título, que está disponível gratuitamente para download na EdUERJ Digital, foi resenhado no blog da EdUERJ em janeiro.
Outro destaque é a entrevista de Rebecca Cook, concedida a Debora Diniz. Advogada, pós-doutora em Direito, professora titular da Faculdade de Direito da Universidade de Toronto, no Canadá, e codiretora do Programa Internacional de Direitos Sexuais e Reprodutivos em Saúde da mesma universidade, Cook possui expressiva militância, em foros acadêmicos e jurídicos, em prol dos direitos das mulheres. O livro também traz os artigos “Estereótipos sexuais na justiça brasileira”, de Ela Wiecko V. de Castilho, e “Direito e ciência como instrumentos de controle da sexualidade das mulheres”, de Ana Carolina da Costa e Fonseca.
Já Mulher adolescente/jovem em situação de violência, título fora de catálogo organizado pelo Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e resultante de parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, apresenta 15 casos emblemáticos de violência contra mulheres adolescentes e jovens, pretendendo-se um instrumento de trabalho para a implementação do Pacto e do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
Neste Dia Internacional da Mulher, celebremos sua luta.
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e bolsista de extensão da EdUERJ.