Carrinho de compras

Nenhum produto no carrinho.

Entrevista com a professora Janete Webler Cancelier

O Blog da EdUERJ entrevista a professora Janete Webler Cancelier. Ela foi a responsável, junto a Cesar de David, pela organização do livro Reflexões e práticas na formação de educadores. A professora falou sobre este lançamento da EdUERJ.

1 – Gostaria que falasse sobre “Reflexões e práticas na formação de educadores”. Quais são os principais temas abordados?

O livro Reflexões e práticas na formação de educadores é uma coletânea de capítulos tendo como premissa 3 grandes eixos:

Na primeira parte, de forma diversificada, apresenta discussões acerca da formação inicial de professores. O foco são os cursos de licenciatura, buscando problematizar, socializar experiências de formação de professores no espaço universitário, privilegiando programas e projetos articulados com os cursos de formação de professores.

Na segunda parte, as contribuições se relacionam à formação dos educadores do campo. São perspectivas abrangentes que apresentam experiências de formação de professores/as para a docência no espaço rural, enfatizando as modalidades de educação do campo, educação quilombola e educação escolar indígena.

Na terceira e última parte, a formação continuada de professores e professoras a partir de experiências e reflexões de jovens egressos e trabalhadores/as, articulados com temas sensíveis para a prática profissional, como é o caso do livro didático, de programas como o PIBID ou dos mestrados profissionais, que demandam alunos com comprovado exercício da docência.

2 – Como surgiu a ideia de publicar o livro?

Essa iniciativa decorreu da identificação de uma lacuna na sistematização e reflexão que envolva as temáticas propostas, com especial ênfase na diversidade presente no cenário nacional, visto que inúmeras experiências formativas são ricas em especificidades que precisam ser socializadas. Nosso propósito foi estabelecer diálogos com os estudiosos da área da Educação, ocupados com a formação de professores, de tal sorte a contribuir com os debates nessa área do conhecimento a partir dos sujeitos que estão diretamente envolvidos com ela, qualificando sobremaneira o diálogo entre universidade e escola.

3 – Como você avalia a necessidade hoje de uma discussão mais aprofundada sobre a formação de professores, como a proposta pelo livro?

A formação dos professores é um processo continuo e permanente, praticado ao longo da vida profissional. Compreendemos que a formação dos professores deva ocorrer a partir de uma base cidadã, onde os educadores tenham a oportunidade de vivenciar e trabalhar realidades sociais e educacionais diferenciadas. Dessa forma, o livro apresenta experiências, em diferentes contextos, sobre a formação inicial e continuada de professores. Estas experiências demonstram alternativas utilizadas para a superação dos limites e dificuldades encontrados em espaços escolares e demais espaços de aprendizagem, através do diálogo de saberes.

4 – Hoje o papel do professor está no centro de muitas discussões. Alguns setores da sociedade desejam estabelecer uma formação mais tecnicista, restringindo o estudo a conteúdos que possam ser aproveitados no mercado de trabalho. Como você analisa este tipo de tendência?

É uma tendência para uma formação simplista que não considera os saberes em sua totalidade, restringindo a formação a atender demandas de determinados setores da sociedade.

5 – Além de organizador, você é um dos autores do capítulo que trata da experiência de um grupo de pesquisa na formação de professores. Como as atividades desenvolvidas pelo grupo podem colaborar para a melhoria de qualidade dos futuros educadores?

O Grupo de Pesquisa em Educação e Território (GPET), através de suas ações organiza e desenvolve diversas atividades anualmente relacionadas tanto ao ensino, quanto pesquisa e extensão. As atividades buscam inserir os acadêmicos no contexto da prática pedagógica comprometida com as questões que articulam educação e Geografia. Possibilita que os acadêmicos, vivenciem espaço-temporalmente a possibilidade de compreender critica e responsavelmente formas alternativas de educação popular. Nessas práticas, a educação ganha novos contornos, ultrapassando a dimensão escolar; e novos espaços, construindo-se em meio a ambientes educativos. Dessa forma, desenvolvem-se atividades sistemáticas integradas com educadores e educandos atentas as demandas da comunidade, articulando teoria-prática e as diferentes dimensões escalares.