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História da educação para download grátis

A relação entre historiador e fontes resultam em estudos que podem provocar no leitor surpresas. É isso que ocorre com a quebra de expectativa provocada pela análise de documentos em A história da educação em manuscritos, periódicos e compêndios do XIX e XX, organizado por Edgleide de Oliveira Clemente da Silva, Ivanildo Gomes dos Santos e Suzana Lopes de Albuquerque. O livro da Editora da UERJ apresenta seis estudos que problematizam percepções consagradas pela historiografia com base em uma análise do cenário educativo de Alagoas. Caso você esteja se interessando pelo livro, vale ressaltar que trata-se de uma publicação digital com download gratuito pelo site da EdUERJ.

O que dizer de um professor alagoano que, para solicitar o seu salário, envia um requerimento à rainha D. Maria I? Fontes como esta revelam uma gênese da educação não religiosa na capitania Alagoas, no período colonial. Um capítulo dedica-se às questões inerentes ao desenvolvimento da educação distante da hierarquia católica.
Observa-se, também, a tensão entre brasileiros e portugueses expressa nos métodos de ensino de leitura. Em uma carta, o poeta português Antonio Feliciano Castilho se queixa de ter seu método de leitura rejeitado por defensores de uma metodologia nacionalista de leitura – metodologia esta que seria inspirada na filosofia do francês Jacotot publicada 21 anos antes.

Em outro segmento, os leitores tomam ciência da busca do lugar público pela mulher em 1880, por meio do exercício do magistério e da literatura. A partir de jornais, livros e almanaques, são observadas as composições poéticas das alagoanas Alcina Leite e Maria Lucia Romariz. Essas autoras representam uma reivindicação do lugar feminino na sociedade brasileira para além do lar.

Outro destaque é a análise de um compêndio de geografia escolar, assinado por Thomaz Espindola (um intelectual pertencente à elite alagoana), publicado em 1885 e destinado a alunos alagoanos. Este material serve a uma reflexão sobre a constituição do material didático e a relação entre poder e saber, indicando um projeto de “manipulação” de pensamento, em razão de um processo “civilizatório” do Brasil.

O livro também aborda a questão do preconceito racial em contexto educacional brasileiro, que se amparava na crença, no final do século XIX e início do XX, de uma suposta inferioridade biológica e cultural do negro. Outro estereótipo abordado é o da infância, por meio da análise da publicação alagoana Revista Ensino, durante o século XX. As idealizações da infância mostram-se contrárias à realidade local.

Rico em reflexões e exemplos, A história da educação em manuscritos, periódicos e compêndios do XIX e XX é uma leitura indicada a professores e estudantes de licenciatura, bem como, a todos que se interessam pelas áreas de história e de educação. Confira o link para download:

http://eduerj.com/?product=a-historia-da-educacao-em-manuscritos

por Geiselaine de Medeiros
sob supervisão de Ricardo Zentgraf