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Podcast da EdUERJ convida Luis Felipe Abreu para uma conversa sobre ficção e literatura

O 26° episódio do Podcast da EdUERJ recebeu Luis Felipe Abreu, professor, pesquisador e autor de “São Sebastião”, obra vencedora do Prêmio UERJ de Literatura. Seu segundo romance entrelaça duas epidemias marcantes – o HIV nos anos 1990 e a COVID-19 – a partir das lembranças de um dramaturgo internado em um leito de UTI.

Durante a conversa, Luis Felipe explicou que a ideia de inserir São Sebastião na história não foi ao acaso. O santo, que é padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, onde se passa parte da trama, também é considerado padroeiro dos doentes e figura simbólica da cultura queer. “Eu sempre achei isso muito simbólico. Como o padroeiro dos doentes era assumido por essa população, essa parcela da cultura que foi muitas vezes na história, tratada como marginalizada ou mesmo como doente. É uma imagem com a qual eu sempre pensei trabalhar de alguma maneira, sempre me chamou atenção.”

Compartilhando suas inspirações para a escrita do romance, o autor destacou a falta de representatividade na literatura dos traumas sociais causados pelas duas epidemias. Ao transformar essas experiências em literatura, ele busca tanto compreender quanto elaborar esses momentos históricos que ainda ressoam no presente. “Não estou querendo dizer que elas são iguais, mas elas tiveram impactos parecidos de certo modo, e elas também causaram traumas e respostas parecidas a esse trauma. E a resposta vai muito para o lado do silêncio. Escrever é uma tentativa de furar esse silêncio, arranhar um pouco ele de alguma forma.” 

Com referências literárias que vão de Roberto Bolaño a Clarice Lispector, Luis Felipe contou sobre seu processo criativo, relação com a escrita acadêmica e fictícia e disse já ter planos para novas publicações. Sua estreia na ficção se deu com “As rimas internas”, em 2024, pela Editora Aboio.

O Podcast da EdUERJ é um projeto da Editora da UERJ em parceria com o Audiolab e está disponível no Spotify, Deezer e Youtube. Acesse aqui.

Texto de Beatriz Araujo.