Articular o fenômeno religioso contemporâneo ao movimento geral da globalização, tendo como referência pontos de interseção da saga das igrejas neopentecostais no Brasil e em Portugal. Esta é a proposta de A demanda por deuses: globalização, fluxos religiosos e culturas locais nos dois lados do Atlântico (EdUERJ, 2016), de Paulo Gracino Junior, cujo lançamento ocorre no dia 23 de maio, segunda-feira, às 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo (Rua Voluntários da Pátria 97).
O livro trata do encontro entre religiões secularmente estabelecidas e de novas religiões, assim como da resistência e conflito das primeiras em relação às segundas; de como contextos sociais e tradicionais limitam e balizam a entrada do fluxo de novas crenças em determinados cenários. O viés é o da sociologia da religião, procurando compreender o contexto social em que as religiões emergem e se expandem. Com isso, procura analisar os motivos pelos quais tanto Minas Gerais quanto o nordeste brasileiro e o norte de Portugal se apresentam como cenários de um catolicismo popular que resiste à expansão das novas igrejas pentecostais. A pesquisa inclui aspectos como a presença da mídia, do turismo e do mercado como forças de impedimento ou facilitação à relação entre velhas e novas religiões.
Professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) e do Laboratório de Estudos da Cidade e da Cultura (LECC), ambos da Universidade Cândido Mendes (Ucam), Paulo Gracino Junior traz uma abordagem que se contrapõe a explicações meramente economicistas ou racionalistas, contribuindo para uma discussão teórica extremamente relevante para as Ciências Sociais da Religião.*
Por Thayssa Martins, graduanda de Letras – Inglês/Literaturas na UERJ e bolsista de extensão da Rede de Ações Comunicacionais da EdUERJ.
*Baseada no texto de orelha de Marcelo Ayres Camurça – antropólogo e docente dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Religião e em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora e no prefácio de Helena Carlota Vilaça, professora do Departamento de Sociologia da Universidade do Porto.