Em 1994, a Editora da UERJ iniciou os seus primeiros passos. Em depoimento, o ex-diretor da EdUERJ, Ivo Barbieri, comentou um dos pontos cruciais da trajetória da editora: a criação de um sólido conselho editorial que definisse a linha editorial das futuras publicações.
Um dos registros deste processo está nas páginas do UERJ em Questão número 23, de 1994. A reportagem descreveu a escolha dos nomes dos integrantes do recém-criado Conselho Editorial:
“Constituído por professores da Universidade e por nomes ligados à área cultural brasileira – como o editor Ênio Silveira, o escritor Silviano Santiago, o jornalista Mario Pontes e a antropóloga Lélia Gonzalez- o conselho é presidido pelo professor Ivo Barbieri, que o define como “uma ponte entre a academia e o mundo aberto da atividade intelectual”. Para ele, a criação do conselho foi uma iniciativa fundamental ao desenvolvimento da editora, “que desempenhará um trabalho ativo na difusão de saber e das discussões que tenham interesse para a sociedade”. Fazem também parte do Conselho Editorial os professores Gerd Borheimm, do Centro de Ciências Sociais; Marcos Pacheco, do Centro de Ciências e Tecnologia e Humanidades; Circe Vital Brazil, do Centro de Educação e Humanidades; e Reinaldo Guimarães, do Centro Biomédico. O colegiado conta, ainda, com a presença do professor Vivaldo Moura Neto, do Instituto de Biofísica da UFRJ, que vem desenvolvendo vários trabalhos em pareceria com o Instituto de Biologia da UERJ. Os conselheiros já começaram a trabalhar na definição das diretrizes da editora. Segundo o professor Ivo Barbieri, ela não estará aberta somente aos bons textos produzidos pela Universidade, mas a todos que tenham qualidade e que sirvam ao debate intelectual e científico”.
A expectativa de um futuro promissor para a nova editora estava embasada na capacidade e no entusiasmo daqueles se empenhavam na iniciativa, incluindo o reitor da época, o professor Hesio Cordeiro, como nos conta UERJ em Questão, nº 23:
“O reitor garantiu que o colegiado terá total autonomia e a editora seguirá integralmente a política por ele definida. Lembrou, ainda, que provavelmente haverá eventuais dificuldades de captação de recursos financeiros, “mas o conselho saberá, com a experiência de Ênio Silveira, encontrar o caminho e superar o desafio”. Silveira – criador da Editora Civilização Brasileira – é um dos mais entusiasmados integrantes do conselho: “Para mim, ser editor não é apenas um trabalho, mas uma paixão”. Na sua opinião, é fundamental para a UERJ ter sua editora, como ocorre nas grandes instituições universitárias nos Estados Unidos e Europa, “pois a Universidade deve desempenhar o duplo papel de armazenar conhecimento e agitar o mercado cultural”.
O Conselho Editorial aprovou os primeiros títulos a serem publicados:
A cidadania não é favor: reflexões sobre os direitos individuais, de João Marcello de Araújo; Plantas ruderais, de Gilberto Grimming; Oswald Plural, de Gilberto Mendonça Teles et al.; Língua e inquisição no Brasil de Pombal, de Manuel da Penha do Rosário; O vôo da coruja: uma leitura não liberal da crise do estado desenvolvimentista, de José Luís Fiori ; Por sobre os ombros: leitura do discurso cultural brasileiro, de Roberto Reis; Idosos em movimento: evolução e referencial teórico, organizado por Alfredo G. de Faria Júnior, Maria das Graças C. Ribeiro, Hajime T. Nozaki.
A história estava apenas começando.