Personalidade do período oitocentista da história, Candido Matheus de Faria Pardal dedicou mais da metade de sua vida à docência. Foi professor no Colégio de D. Pedro II, no Instituto Comercial da Corte, no Colégio de meninas da Baronesa de Geslin e diretor de escolas municipais. Além disso, foi autor de livros escolares e é citado em pesquisas como signatário do Manifesto dos Professores da Corte de 1871.
A partir dessa trajetória, Angélica Borges tece suas reflexões em “A urdidura do magistério primário na Corte Imperial: um professor na trama de relações e agências”, lançamento da EdUERJ. O livro conduz uma “viagem no tempo”, com a proposta investigar o magistério e as relações que emergem dessa atividade no contexto da sociedade da Corte Imperial.
A publicação aborda as estratégias para constituir-se mestre no período, o alcance dos efeitos da escola oitocentista e como se estabeleciam as relações no tecido social. Com isso, coloca sob holofotes os indivíduos mobilizados pela escolarização: professores, alunos, famílias, ex-alunos, agentes do governo e demais sujeitos ligados à escola de alguma maneira.
Adotando um recorte temporal de 1830 até a última década do Império, a autora averiguou relatórios, mapas de frequência de alunos, ofícios, correspondências, jornais e almanaques. A notoriedade do professor Candido Matheus no período permitiu que se coletasse um número maior de informações sobre a sociedade da época. Como as existentes na matéria sobre o aniversário de 70 anos do referido mestre, destacada na primeira página do jornal O Paiz, cuja tiragem era de 25 mil exemplares.
A leitura é indicada àqueles que pesquisam os primórdios da educação e do magistério ou a quem deseja saber mais sobre pioneiros do ensino em nosso país.