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Livro da EdUERJ concorrendo ao Prêmio Jabuti

Machado de Assis e o Cânone Ocidental: Itinerários de Leitura, de Sonia Netto Salomão, está entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2017, concorrendo na categoria Teoria/Crítica literária, dicionários e gramática. Além de enaltecer a qualidade do livro e do padrão editorial dos títulos publicados pela Editora da UERJ, esta indicação demonstra o quanto Machado de Assis segue  como grande personagem da literatura brasileira e preciosa fonte de inspiração para pesquisas de alto nível.

O mérito do título é trazer à tona a forma como a Itália deixou suas marcas nas criações do célebre escritor. A professora Sonia Netto Salomão, que atualmente leciona na Sapienza, Universidade de Roma, reconstrói o contexto italiano no Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX, investigando, na produção machadiana, leituras de Dante, Machiavel, Leopardi e da história romana. Machado de Assis e o Cânone Ocidental: Itinerários de Leitura destaca, perante o olhar do leitor, como a condição de frequente espectador das operas e de teatro dramático italiano influenciou o autor de Dom Casmurro. O livro integra a Coleção Brasil-Itália, cuja proposta se insere no âmbito dos programas de internacionalização das universidades e, em particular, no intercâmbio entre a UERJ e a Universidade de Roma La Sapienza

A pesquisadora oferece uma chave de leitura muito bem comprovada, para a surpreendente novela “O Alienista”, de Machado. Ela compara o texto machadiano a uma carta trocada entre Demócrito e o pseudo- Hipócrates, num célebre conjunto de cartas filosófico-literárias, chamando a atenção para a relação loucura-neurose urbana, no âmbito da importância que os antigos gregos davam à relação da saúde dos cidadãos em relação à “polis”.

 

Outro enfoque bem pertinente é o da língua literária machadiana. A autora tece uma comparação entre o excelente romance realista “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, com “Quincas Borba”, explicando porque, falando dos mesmos temas, o primeiro romance estaciona no século XIX, enquanto o romance machadiano cada vez se universaliza mais.

Aliás, lembrar da relação de Machado com o cânone ocidental, só pode ajudar a consagrar o nosso autor fora do Brasil, como ele merece.

Em caso de vitória, a nova estatueta irá juntar-se ao Jabuti que a Editora da UERJ  recebeu em 2015 pelo livro “Ciência do futuro e futuro da ciência: redes e políticas de nanociência e nanotecnologia no Brasil”, de Jorge Luiz dos Santos Junior. Na ocasião, a obra foi laureada na categoria Ciências Exatas, Tecnologia e Informática.

Os vencedores do Prêmio Jabuti deste ano serão anunciados no dia 30 de novembro, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Vamos torcer!