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Livro reafirma pioneirismo de Carl Einstein nos estudos da arte africana

Um livro lançado no final de 2015 que merece destaque pela seriedade do tema e pela abordagem, que poderá servir como referência para estudos da arte, de história e até mesmo de disciplinas como antropologia, sociologia e outras. Trata-se de Carl Einstein e a arte da África, organizado por Elena O’Neill e Roberto Conduru. É o tipo de publicação que funciona como um estatuto de cidadania e um libelo contra antigos estigmas preconceituosos que durante muito tempo foram associados à arte e culturas africanas.

Carl Einstein foi escritor, pesquisador e historiador, assim como tradutor, editor e ativista político na Europa durantes as primeiras décadas do século XX. O seu pioneirismo nos estudos da arte pode ser conferido no lançamento da EdUERJ, que traz os textos produzidos pelo pesquisador sobre esculturas e objetos africanos e os contrapõem a ensaios de outros estudiosos.

Na primeira parte, o livro, organizado pela uruguaia Elena O’Neill e pelo brasileiro Roberto Conduru, apresenta uma coletânea de textos de Carl Einstein que exerceram um papel fundamental na inauguração dos estudos sobre a arte da África como fato estético. Nesse sentido, o que se percebe, no material publicado em livros e revistas na Alemanha e na França entre 1915 e 1930, é o esforço empreendido para livrar a arte africana da categoria preconceituosa de “primitiva” e de incluí-la na história universal da arte com os atributos que lhe foram negados pela ideologia colonialista veiculada pelo discurso da missão civilizadora.

A segunda parte do livro é constituída de textos que abordam o autor e a sua obra, fazendo uma releitura de seus escritos. O artigo de Roberto Conduru destaca a natureza parcial da obra do crítico alemão e a boa recepção às suas análises no Brasil, país que recebeu uma parte da população em foco. O artigo de Elena O’Neill identifica armadilhas na formulação de conceitos utilizados por Einstein utilizados em diferentes contextos. A publicação é enriquecida por contribuições de Liliane Meffre, José Gomes Pinto, Ezio Bassani, Jean-Louis Paudratt e introdução de Kabengele Munanga.