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Memórias dum doido: novidade da EdUERJ de Bolso

Novidade da Coleção EdUERJ de Bolso: “Memórias dum doido”, de  António Pedro Lopes de Mendonça. Pela primeira vez publicado no Brasil, o título é considerado uma obra inaugural do romance de temática contemporânea na literatura portuguesa.

As abordagens que remetem ao cotidiano, ao contemporâneo e ao cenário urbano constituem os pilares desse romance. A escrita de António Pedro Lopes representa uma evolução literária, consolidando uma forma alternativa de imaginação ficcional a partir da prática folhetinesca. A trama, com as desventuras amorosas do personagem Maurício, se desdobra em sintonia com as urgências da época em que foi escrita, rompendo com os paradigmas dos romances históricos e seus longínquos personagens.

A relevância do livro pode ser percebida em texto enviado pelo professor Sergio Nazar David:

A obra de A. P. Lopes de Mendonça vem sendo reavaliada por estudiosos do período. Jacinto do Prado Coelho (Perspectiva da Literatura Portuguesa do século XIX) atesta a relevância de Memórias dum Doido como representante de uma corrente que se distingue “pelo gosto das cenas cruas, brutais ou lascivas, (…) pela minúcia (…) na descrição das pessoas e dos ‘interiores’” e sobretudo por certo “idealismo humanitário” pelo qual se concebe “a novela como obra de alcance ‘filosófico’, estudo sério de tipos e problemas sociais”. Ofélia Paiva Monteiro (Estudos Garrettianos) indica que, para reconhecer o verdadeiro sentido por trás de certas leituras, é necessário ir além daquilo que parece, considerar o alcance da poderosa arma que é a ironia, da qual Mendonça tanto se utilizou.

Memórias dum Doido teve sua primeira versão em folhetins na Revista Universal Lisbonense, entre 1849 e 1850. A primeira edição em livro data de 1849-1850 e, em 1859, é refundido e republicado. A terceira edição é de 1920; e a quarta, edição crítica, comparativa das duas primeiras edições, de José Augusto França, foi publicada em 1982. A versão da Coleção EdUERJ de Bolso toma por base o texto da última edição em vida do autor, em 1859, e inclui nota biobibliográfica e introdução de Helena Carvalhão Buescu, em edição crítica de Julianna Bonfim e Sérgio Nazar David.

Sobre o estilo do livro, Nazar explica que “A polifonia, a ironia e os comentários do narrador são as chaves de leitura desse romance, e é nelas que o autor explicita a sua crítica mordaz ao mundo dos barões do liberalismo e às formas elegantes de viver e de amar”.

Com Memórias, a Coleção EdUERJ de Bolso mantém seu enfoque de literatura de qualidade e teor crítico. Antes foram publicados O Alienista, de Machado de Assis, e O crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz.