Na última quarta-feira, 7 de setembro, comemoramos o Bicentenário da Independência do Brasil, data essa que simboliza o fim do processo de separação entre a então colônia com Portugal. Todos nós uma vez aprendemos o que teria acontecido às margens plácidas do rio Ipiranga, ilustrado no quadro “Independência ou Morte” de Pedro Américo, porém assim como o quadro, essa estória da independência é bem diferente do que aconteceu realmente. Ao longo dos séculos, estudiosos se debruçam sobre os registros históricos e vem redescobrindo o que houve realmente na época. Por este motivo, para entendermos melhor a nossa história, convidamos o professor José Gondra para ser o entrevistado do décimo segundo episódio do Podcast da EdUERJ.
Ele é um dos organizadores do livro “Independência e instrução no Brasil – História, memória e formação (1822-1972)” (EDUERJ), junto aos professores Aline de Morais Limeira e Edgleide Clemente. O livro é fruto do “Colóquio internacional Independência e Instrução na América e África: História, Memória e Formação”, realizado pela UERJ em 2020, que reuniu 11 pesquisadores estrangeiros e 20 pesquisadores de todas as regiões do Brasil. Esse evento resultou em 14 artigos, que possibilitaram a criação do título lançado pela EdUERJ.
No Podcast, Gondra conta que o livro tenta refletir, problematizar e responder quatro perguntas chaves. A primeira é como se processou a independência do Brasil, indo além da rasa visão de atribuir a um sujeito, a um gesto ou uma frase.
A segunda e a terceira questões buscam entender um assunto que não é muito abordado quando se fala sobre historiografia do Brasil, que são os projetos de condição e da problemática da formação das populações, tratando portanto da educação e da instrução do Povo e de pensar que iniciativas foram tomadas nas diversas regiões do Brasil para consolidar essa experiência de edificar e construir uma nação e como formar sua gente.
Por fim, a quarta pergunta chave instiga pensar um pouco acerca dessa ideia de autodeterminação, de como um país se auto sustenta após romper com um processo de colonização de 300 anos. E de que maneira essa separação, essa ruptura, essa quebra de tutela aconteceram para permitir que esse projeto seguisse adiante. Para ilustrar essa questão, podemos usar a fala de August de Saint’Hilaire, botânico francês, que esteve na época da independência viajando pelo Brasil, que em seu relatório sobre a viagem escreveu “Havia um país chamado Brasil; mas absolutamente não havia brasileiros”.
No podcast o professor ainda aborda outros assuntos, como curiosidades do período, como se deu a comemoração do centenário, as expectativas sobre a comemoração do bicentenário, levando em consideração que o episódio foi gravado antes 7 de setembro. É um episódio perfeito para quem gosta de descobrir novas visões da nossa história ou de uma boa efeméride.
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