O corte radical que muitos dos textos de Antonin Artaud operam em relação às possibilidades de atribuição de sentido, à linearidade discursiva e à logica consecutiva da língua é não só um desafio constante, mas também uma ameaça de naufrágio. Não por acaso, as atribuições de absurdo e de loucura colam-se ao imaginário superficial de recepção da obra desse escritor. Da radicalidade dessas experimentações resultam os questionamentos propostos por Ana Kiffer, analisando a experimentação poética e pictural e os modos como certo “pensamento do corpo” emerge no escritor francês. Este livro nos fornece chaves para lidarmos com o que foge de definições estáticas e lugares comuns, situando-se como importante contribuição ao panorama do pensamento crítico e estético de nossos dias.
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