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“Quem pretende por termo aos engenhos humanos? Quem pretenderá assegurar que já se viu e já se sabe tudo o que há no mundo para ser sentido e sabido?” “O cérebro e a mente são uma mesma máquina, com a diferença de que o software (a ‘mente’) carece de confiabilidade e que o hardware (o ‘cérebro’) é precário, visto que ele é encarnado e não fabricado cientificamente. O computador não tem esse inconveniente. Há uma continuidade lógica entre a redução do humano ao cérebro, e este último a um material de péssima qualidade em relação à potência das tecnologias da informação. Nesse contexto, de uma transformação do humano em sistema cibernético, o indivíduo não é mais o senhor da obra de sua existência, mas o efeito de retroações em relação aos incontáveis sistemas de informação que o circundam e que regem o seu interior”. “Eros é a realização do propósito da natureza humana: preservar e multiplicar a vida. Pensar Eros em relação à civilização tecnológica é perceber que, ao longo dos tempos, o ser humano procurou a superação do próprio corpo. Com os avanços tecnológicos, o ser humano, no papel do inventor, almeja a ambição maior: criar a si próprio, um impulso necessário. Tal feitura, de um inventor sábio, o levaria a atingir o fim providencial da natureza. A presença de Eros nesse agenciamento revela, ainda que de forma ilusória, o desejo do inventor de expandir a vida, sonhar a imortalidade.
Eros opera aqui, na esfera da criação, da transcendência, do desejo. O inventor abdica do seu status de criatura e almeja o divino, um devir-Deus. Eros torna-se mensageiro de uma longa tradição do plano misterioso e obscuro do ‘criar’, da necessidade de desvendar os mistérios da vida e do corpo”. “A comunicação global e a mediação eletrônica interpelam a dialética presença- ausência, o efeito em nós da ausência do outro. A presença material e fática do corpo parece desmanchar-se frente a potência da comunicação virtual instantânea; sem dúvida a sua dimensão erógena essencialmente dependente do outro não cessa em sua demanda. Se cria assim um cenário com peculiares ‘angústias de época’”. “A relação entre as ciências humanas e nossos conceitos de humano e de humanidade transformam-se em uma figura da tautologia: definem o humano apoiando-se quase sempre no antropogema que define os limites formais da mesma ciência que se diz humana à medida mesma que estuda o humano formalmente definido em seus pressupostos”. “O universo não é nada além de um furtivo arranjo de partículas elementares. Uma figura de transição em direção ao caos. Que terminará por engoli-lo. A raça humana desaparecerá. Outras raças surgirão e desaparecerão por sua vez. Os céus serão glaciais e vazios, atravessados pela débil luz de estrelas semimortas”.
Editora: Caetés
ISBN: 9788586478918
Nº de Páginas: 266
PDF: 1,11 Mb
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