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Professor Leonardo Davino fala de “Diálogos sobre literatura”

O Blog da EdUERJ conversou com o professor Leonardo Davino, do Instituto de Letras da UERJ, sobre um dos destaques de 2025: Diálogos sobre Literatura. O livro é uma publicação da EdUERJ, com organização dele e dos professores  Flávio Carneiro, Ieda Magri e Marcus Vinicius N. Soares. Na coletânea, “docentes e discentes compartilham autorreflexão sobre arte e vida, literatura e presença no mundo”  

A publicação será lançada na Livraria da EdUERJ, no dia 10 de abril, às 16h 

Um dos primeiros livros que saiu em 2025 pela EdUERJ foi “Diálogos sobre literatura”. Gostaria que você falasse um pouco sobre a proposta dessa publicação.

Leonardo Davino: Diálogos sobre literatura é uma homenagem aos docentes recém aposentados do departamento de Literatura Brasileira e Teoria da Literatura (CULT), do Instituto de Letras da UERJ. O livro guarda textos desses docentes e de seus ex-alunos Esses são, portanto, os diálogos possíveis que o título do livro evoca: docentes e seus orientandos (hoje também docentes) apresentando vozes diversas e complementares sobre a literatura e a teoria. A organização quis promover essa dobra do tempo, com o objetivo de homenagear o trabalho e o legado dos colegas de departamento. Acredito que não há homenagem melhor para um docente do que a continuidade de seu trabalho no aluno que, traçando caminhos próprios, dá continuidade à carreira.

De modo geral, que estilos literários foram contemplados por análises nos capítulos?

Leonardo Davino: Os temas e os métodos de investigação presentes no livro Diálogos mostram que os estilos literários são um patrimônio de nossa diversidade. Os autores do livro escrevem na clave da miscelânea aquilo que de mais significativo reflete a dedicação à pesquisa e ao ensino. A partir de nossa sugestão de editar ou reeditar textos representativos de suas trajetórias, docentes e discentes compartilham autorreflexão sobre arte e vida, literatura e presença no mundo. Da “era das musas” até o confinamento pela pandemia do começo dos anos 2020, passando pelas obras de Cervantes, Flaubert, José de Alencar, Clarice Lispector, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Sergio Sant’Anna, Silviano Santiago, Luiza Romão. Os textos do livro mostram que cada obra tem poética e estilo singulares, exigindo de quem lê competências e diálogos com o que há de mais complexo na teoria e na crítica de literatura.

De Miguel de Cervantes a Sergio SantAnna, há uma extensa lista de escritores que são abordados nos capítulos. Essa diversidade é uma proposta da publicação? E o que ela representa?

Leonardo Davino: Essa diversidade representa, primeiro, a potência do trabalho do departamento de Literatura Brasileira e Teoria da Literatura (CULT), na presença de seus docentes e discentes; segundo, a certeza de que essa potência reflete aquilo que a mobiliza, ou seja, a literatura. Cada um dos textos aqui reunidos em diálogos nos leva a repensar os procedimentos literários acionados pela ética e pela estética da nossa área de atuação. Esses textos compõem a miscelânea em que se engendra a própria arte literária, com suas especificidades e incompletudes, mas sempre abertas ao diálogo crítico.

Como foi o processo de seleção dos textos?

Leonardo Davino: A organização composta por professores do mesmo departamento – Ieda Magri, Flávio Carneiro, Marcus Vinicius Sores e Leonardo Davino – convidou esses docentes para participação do livro com um texto inédito ou com a revisão de um texto de destaque na trajetória acadêmica. Paralelamente, cada docente indicou um ex-orientando, ou seja, aluno egresso do Programa de Pós Graduação em Letras da UERJ, hoje também docentes de outras instituições de ensino superior, para escrever um texto sobre as questões de suas pesquisas atuais.

Há capítulos que trazem referências diretas a panoramas da sociedade contemporânea, como, por exemplo, em Perambulando pela solidão do confinamento, de Eduardo Guerreiro Losso, A resistência dos desiguais ou a delicadeza como força, de Ana Cristina de Rezende Chiara, ou ainda A atualidade da abordagem do crime passional e feminicídio em obras de José Lins do Rego e Graciliano Ramos, de Victor Hugo Adler Pereira. Você crê que perspectivas como essas possam também interessar a leitores de outras áreas, além de Letras? A quem você indica a leitura de Diálogos sobre literatura?

Leonardo Davino: Diálogos sobre literatura é livro para quem quer pensar arte literária e vida, independentemente da área de atuação do leitor. Mesmo quando a referência ao panorama da sociedade não parece evidente, onde se lê literatura, deve se ler sociedade, já que tanto o texto quanto a crítica teórico contem em si seus tempos históricos.

No dia 10 de abril, temos o lançamento do livro, na Livraria da EdUERJ. Desejamos boa sorte e sucesso!

Agradeço.